quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Uma perspectiva



Desde sempre, a mulher teve um papel activo na pesca, apesar da sua invisibilidade social. Ao longo dos tempos o seu papel tem vindo a ser valorizado como essencial ao desenvolvimento do sector. O Parlamento Europeu foi um dos promotores desta mesma ideia ao iniciar a pesquisa no sector das pescas em 2003, com a elaboração de estudo a nível europeu do papel que a mulher ocupa no sector. Ficou reconhecida a necessidade de uma perspectiva de género. Aliás, hoje Associações de Mulheres são parceiras privilegiadas nos Conselhos Consultivos Regionais, um organismo descentralizado de Bruxelas. Se atendermos aos dados apresentados pelo relatório europeu sobre o papel da mulher na pesca na UE relativamente a Portugal, somente 2% (das 19 % da fileira da pesca) é que se dedicam à pesca extractiva. Segundo o relatório, por toda a UE as mulheres desempenham um papel de carácter secundário e marginal. O caso açoriano, assemelha– se à situação descrita pelo relatório, apesar de divergir em alguns aspectos, uma especificidade da pesca açoriana. Neste contexto, a UMAR/A tem contribuído para o conhecimento mais aprofundado da situação das mulheres. Até ao momento, foram identificadas uma centena e meia de mulheres (pesca extractiva), sendo que a maioria destas trabalham na preparação das artes. O contributo destas mulheres, a nível económico não está ainda quantificado. No entanto, contribuem directamente para a produtividade do sector piscatório, melhoria das condições familiares e, comunidade piscatória.Ao observar esta realidade, e atendendo à posição que a mulher ocupa no sector piscatório açoriano, urge tomar medidas específicas para a consolidação da sua posição, ou seja, é necessário que haja intervenção para a igualdade de género no sector. Esta mudança depende exclusivamente dos agentes do sector e das próprias comunidades que, têm de encarar a integração da mulher na pesca, como algo de positivo e acima de tudo, como um direito que lhes é legítimo. A cooperação é o caminho a enveredar para a integração efectiva da mulher.


Autor: Rogéria Sousa

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