Mais de duas dezenas de mulheres pescadoras participaram no Fórum Regional das Pescas que decorreu no final de Setembro em São Mateus, ilha Terceira
O Fórum Regional das Pescas, que teve lugar no fim-de-semana de 28 e 29 de Setembro, contou com a presença de duas dezenas de mulheres ligadas directamente à pesca – Pescadoras de Mar e de Terra. Mulheres de várias ilhas dos Açores marcaram presença, mas maioritariamente da ilha Terceira. É preciso ter em conta que esta é a ilha que apresenta o maior número de mão de obra feminina a trabalhar no sector da pesca – cerca de 88 mulheres. Estes são dados observados pelo Estudo da Situação das Mulheres na Pesca, promovido pela UMAR Açores, e que está em fase de finalização. Ressalva-se a importância desta participação pois, até à bastante pouco tempo não se observava a participação de mulheres em eventos do sector da Pesca, nos Açores. É, concerteza, um facto que demonstra a crescente vontade dos agentes do sector em incluir representantes femininos da pesca. Não só devido aos contributos e experiências que poderão enriquecer a discussão em torno das problemáticas do sector, mas também porque a participação destas poderá constituir–se numa forma de afirmação do seu papel no sector, que ainda é adverso à sua integração efectiva. No Fórum, muitos foram os momentos que as mulheres contribuíram para a discussão das temáticas apresentadas. No entanto, foi no Workshop “ Modelos de Inclusão de Mulheres nas Comunidades” (no dia 28 de Setembro) que as suas preocupações e vontades vieram ao de cima. Muitos temas foram discutidos, desde a questão da conciliação familiar, direitos laborais, remunerações, o problema da formação, ou sejam, as problemáticas que afectam de uma forma transversal todas as categorias de pescadoras (pescadoras no mar, “gameleiras” e “esposas colaboradoras” – as categorias identificadas pelo estudo acima referido) dos Açores. Foram também apresentadas algumas soluções para a sua inclusão no sector, tais como: a formação profissional, a criação de uma fábrica de apetrechos de pesca (elaboração de redes, gamelas, iscos, etc.), a criação de uma creche flexível (diurna e nocturna), o investimento em actividades enquadradas na Pesca Turismo, etc. No âmbito do Workshop observou–se que, estas sentem receio em contrariar os seus patrões e, em ultima instância, os seus esposos. Apresentou-se como saída a esta preocupação, a reunião das mulheres para a troca de preocupações, ideias e experiências em pequenas reuniões deslocalizadas. A existência de uma Associação (emergente) de Mulheres da Pesca em São Mateus, foi considerado um aspecto positivo não só pelas presentes no Workshop, como também, pelas pessoas e associações presentes no Fórum embora, tenham existido vozes discordantes. Esta associação poderá ser a promotora da integração das mulheres na pesca, ao considerar como primeiro objectivo a cumprir, a concepção e concretização de acções de formação voltadas para o empreendedorismo feminino na pesca. O processo de integração das mulheres, encobertas pelas malhas da discriminação de género, está longe do fim. Esta “mudança” depende, exclusivamente, dos agentes do sector e das próprias comunidades que, têm de encarar a integração da mulher na pesca como algo de positivo e acima de tudo, como um direito que lhes é legítimo.
O Fórum Regional das Pescas, que teve lugar no fim-de-semana de 28 e 29 de Setembro, contou com a presença de duas dezenas de mulheres ligadas directamente à pesca – Pescadoras de Mar e de Terra. Mulheres de várias ilhas dos Açores marcaram presença, mas maioritariamente da ilha Terceira. É preciso ter em conta que esta é a ilha que apresenta o maior número de mão de obra feminina a trabalhar no sector da pesca – cerca de 88 mulheres. Estes são dados observados pelo Estudo da Situação das Mulheres na Pesca, promovido pela UMAR Açores, e que está em fase de finalização. Ressalva-se a importância desta participação pois, até à bastante pouco tempo não se observava a participação de mulheres em eventos do sector da Pesca, nos Açores. É, concerteza, um facto que demonstra a crescente vontade dos agentes do sector em incluir representantes femininos da pesca. Não só devido aos contributos e experiências que poderão enriquecer a discussão em torno das problemáticas do sector, mas também porque a participação destas poderá constituir–se numa forma de afirmação do seu papel no sector, que ainda é adverso à sua integração efectiva. No Fórum, muitos foram os momentos que as mulheres contribuíram para a discussão das temáticas apresentadas. No entanto, foi no Workshop “ Modelos de Inclusão de Mulheres nas Comunidades” (no dia 28 de Setembro) que as suas preocupações e vontades vieram ao de cima. Muitos temas foram discutidos, desde a questão da conciliação familiar, direitos laborais, remunerações, o problema da formação, ou sejam, as problemáticas que afectam de uma forma transversal todas as categorias de pescadoras (pescadoras no mar, “gameleiras” e “esposas colaboradoras” – as categorias identificadas pelo estudo acima referido) dos Açores. Foram também apresentadas algumas soluções para a sua inclusão no sector, tais como: a formação profissional, a criação de uma fábrica de apetrechos de pesca (elaboração de redes, gamelas, iscos, etc.), a criação de uma creche flexível (diurna e nocturna), o investimento em actividades enquadradas na Pesca Turismo, etc. No âmbito do Workshop observou–se que, estas sentem receio em contrariar os seus patrões e, em ultima instância, os seus esposos. Apresentou-se como saída a esta preocupação, a reunião das mulheres para a troca de preocupações, ideias e experiências em pequenas reuniões deslocalizadas. A existência de uma Associação (emergente) de Mulheres da Pesca em São Mateus, foi considerado um aspecto positivo não só pelas presentes no Workshop, como também, pelas pessoas e associações presentes no Fórum embora, tenham existido vozes discordantes. Esta associação poderá ser a promotora da integração das mulheres na pesca, ao considerar como primeiro objectivo a cumprir, a concepção e concretização de acções de formação voltadas para o empreendedorismo feminino na pesca. O processo de integração das mulheres, encobertas pelas malhas da discriminação de género, está longe do fim. Esta “mudança” depende, exclusivamente, dos agentes do sector e das próprias comunidades que, têm de encarar a integração da mulher na pesca como algo de positivo e acima de tudo, como um direito que lhes é legítimo.
Rogéria Sousa
Sem comentários:
Enviar um comentário