terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Audição Pública no Parlamento Europeu, 1 de Dezembro 2010, Bruxelas
No passado dia 1 de Dezembro decorreu uma Audição Pública no Parlamento Europeu em Bruxelas, sobre "As mulheres e o desenvolvimento sustentável das zonas piscatórias". Estiveram presentes 3 representantes dos Açores: Beatriz Madruga, Faial, Ilhas em Rede; Laurinda Sousa, Projecto Caminhos – UMAR-Açores e Clarisse Canha UMAR-Açores/ Ilhas em Rede. Esteve também Anabela Valente e Cristina Moço da Mútua dos Pescadores, completando o grupo de portuguesas presentes.
A audição teve início pelas 15h. A sessão de abertura contou com as intervenções de Carmen FRAGA ESTÉVEZ, presidente da Comissão das Pescas, Josefa ANDRÉS BAREA, membro da Comissão das Pescas e responsável pela Igualdade de Oportunidades e Maria DAMANAKI, Comissária Europeia dos Assuntos Marítimos e das Pescas.
De seguida foi dada a palavra às associações de mulheres no sector da pesca, nomeadamente, a AKTEA, AGAMAR (Asociação Gallega de Mariscadoras-Espanha), a UMAR-Açores/Ilhas em Rede, a "North Sea Women Network" (rede transnacional), a "Associação Penelope-donne na pesca de Ancona" (Italia), a Federação de Mulheres do Meio Marítimo (França), a "Killybegs Fishermen's Organisation" (Irlanda), a FARNET ("Rede de zonas de pesca na Europa", DG MARE) e a "Red Española de Mujeres en el sector Pesquero" (rede espanhola de mulheres no sector da pesca).
Intervenção: Participação e Intercâmbio de saberes e experiências na Europa.
É preciso reforçar!
Esta intervenção foi apresentada pela Clarisse Canha e teve como objectivo falar sobre a pesca artesanal como importante sector com peso económico e social: na Europa, Portugal e Regiões Insulares; a diversidade de papéis das mulheres na pesca artesanal, com trabalho visível e trabalho não visível; o percurso feminino: da invisibilidade à afirmação reconhecimento e valorização actual; e a importância de reforçar a "Participação e Intercâmbio de saberes e experiências na Europa."
Procurou-se destacar o percurso da "valorização das mulheres na pesca, a nível local, regional, europeu e mesmo a nível mundial" e evidenciou-se as "acções desenvolvidas por associações e redes de mulheres, na Europa, incluindo países e regiões insulares como os Açores." Destaca-se o papel da AKTEA integrando diferentes associações e delegações em países como Portugal. No caso dos Açores destacou-se o papel das associações de âmbito local regional: a AMPA, na ilha Terceira, a Ilhas em Rede Associação de Mulheres na Pesca nos Açores e a UMAR-Açores.
Apresentaram-se também, algumas propostas e desafios actuais, tais como: "Promover a presença/ participação nas organizações e associações de pescadores; Garantir espaço e o apoio necessário para a participação das mulheres nos processos de tomada de decisão; Fomentar o intercâmbio e a formação das mulheres investindo na sua auto-valorização e consciencialização do seu papel e da sua importância e da necessidade de se conhecer a situação real do trabalho das mulheres em cada país.
Depois destas apresentações seguiu-se um momento de perguntas e respostas, onde se falou sobre a participação das associações de mulheres da pesca na discussão do Livro Verde sobre a Política Comum de Pescas, evidenciando o facto de o documento base do Livro Verde não referir uma única vez as mulheres e a igualdade de oportunidades entre mulheres e homens.
PROMOVER A IGUALADADE DE OPORTUNIDADES
NOS PROGRAMAS DO FEP
O PAPEL DAS AUTORIDADES DE GESTÃO OU INTERMEDIÁRIAS
NOS GRUPOS DE ACÇÃO LOCAL
Após todas as apresentações, passou-se às Conclusões e Encerramento:
Conclusões por Josefa ANDRÉS BAREA, Membro da Comissão de Pescas
Encerramento por Carmen FRAGA ESTÉVEZ, Presidente da Comissão das Pescas
Em relação às conclusões, estas apontaram no sentido de:
- Melhorar as estatísticas para se conseguir obter uma “visão real” do trabalho das mulheres na pesca;
- Maior sensibilização para a informção e formação de programas alternativos;
- Prioridade à integração do género nos órgãos de decisão;
- Facilitar o acesso ao FEP (Fundo Europeu das Pescas);
- Futura reforma da PCP deverá reflectir melhor a pesca artesanal e costeira e a integração da mulher.
Texto de: Clarisse Canha
Foto: Laurinda Sousa
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Ribeira Quente acolhe "Histórias de Mulheres na Pesca"
Nos dias 26, 27 e 28 de Novembro, duas dezenas de mulheres da pesca dos Açores, juntaram-se na Ribeira Quente para integrar uma oficina de Teatro d@ Oprimid@ (TO) e participar num debate sobre desenvolvimento das zonas costeiras.
Durante 3 dias, mulheres de diferentes portos da ilha de São Miguel, tais como Ribeira Quente, Rabo de Peixe, Água de Pau, Porto Formoso, assim como mulheres das ilhas Flores, Pico e Terceira, conviveram e partilharam entre si experiências e opressões, sentimentos e histórias de vida, num trabalho de reforço da sua afirmação pessoal e colectiva potenciado pelas dinâmicas do Teatro d@ Oprimid@*.
O resultado deste trabalho foi apresentado em Teatro Fórum na tarde de dia 28, no Centro Social e Paroquial da Ribeira Quente, tendo-se registado uma boa afluência de público que participou activamente no fórum após a encenação das 3 histórias criadas durante a oficina.
Promovido pela UMAR-Açores, no âmbito do projecto “Caminhos em Terra e no Mar”, patrocinado pela Subsecretaria Regional das Pescas, e co-organizado com a Ilhas em Rede, Associação de Mulheres na Pesca dos Açores, esta iniciativa contou com as parcerias da Cooperativa de Pescadores da Ribeira Quente, Centro Social e Paroquial da frequesia e Descalças Cooperativa Cultural.
O debate sobre o Desenvolvimento das Comunidades Costeiras, que teve lugar na tarde de dia 27, contou com a presença dos representantes de associações da pesca, Gualberto Rita e Liberato Fernandes, bem como com o Pe. Silvino Amaral, presi- dente do Centro Paroquial da Ribeira Quente. A anteceder o debate foi feita a apresentação do projecto “Caminhos em Terra e no Mar” tendo-se abordado ainda os seus antecedentes. Também as associações Ilhas em Rede e AMPA deram-se a conhecer aos presentes falando dos objectivos e do trabalho que tem vindo a desenvolver.
* O Teatro d@ Oprimid@ é encarado enquanto forma de conhecimento, enquanto instrumento de transformação da sociedade: todos os seres humanos são actores, porque agem, e espectadores, porque observam. Como explica Augusto Boal, o teatro deve trazer felicidade, deve ajudar-nos a conhecermos melhor a nós mesmo e ao nosso tempo. (...)Pode nos ajudar a construir o futuro, em vez de mansamente esperarmos por ele. O objectivo imediato é o ensaio crítico, o empoderamento, a quebra de isolamento, mas o objectivo mais vasto é o ensaio de acção colectiva.
Texto e foto: Laurinda Sousa
Mais informação em http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_do_oprimido
Nota: ver mais fotos no blogue da Ilhas em Rede http://ilhasemrede.wordpress.com/
Subscrever:
Mensagens (Atom)