"É pela mão da UMAR-Açores (Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres) que se lança mais um projecto direccionado para as pescadoras açorianas. Isto no seguimento do trabalho que a organização tem vindo a desenvolver na promoção da igualdade e equidade de género nas pescas.
Este ano inicia-se 'uma recolha das receitas [gastronómicas] de peixe, nomeadamente de chicharro, receitas feitas por mulheres da pesca mas não só e à volta desta recolha também estamos a fazer uma certa sondagem de género', revela Clarisse Canha. Como? 'Procuramos perceber quem é que habitualmente cozinha essas receitas, quem é que se entusiasma com essas receitas, em que medidas as mulheres são portadoras de informação de receitas e hábitos gastronómicos de outras gerações', explica esta dirigente da UMAR-Açores.
No entanto, desta feita, o Caminhos em Terra e no Mar, pretende também lançar outros "iscos", fora dos portos e das lotas. Por isso, em parceria com várias entidades e com o apoio financeiro da Subsecretaria Regional das Pescas, querem-se "pescar" os mais novos, para saberes e sabores do mar.
'Nos últimos tempos tem havido uma tendência para não se comer tanto peixe, sobretudo chicharro, e abandonaram-se alguns hábitos de boa alimentação. Porque é que isso aconteceu e em que medida é necessário apostar aí, também, em mudanças? Não só nas casas, junto das famílias, nos próprios restaurantes mas também nas escolas,' diz Clarisse Canha.
Como o trabalho desenvolvido pela UMAR tem sido potenciado através de intercâmbios com outras organizações e entidades da Macaronésia (Região que engloba os arquipélagos dos Açores, Madeira, Cabo Verde e Canárias), este projecto vai aproveitar a experiência que foi feita ao nível escolar nas ilhas espanholas. Reconhecendo que já há uma preocupação com a alimentação nas escolas açorianas, ainda assim a UMAR no âmbito deste projecto vai 'convidar nutricionistas, precisamente para contribuírem com o seu saber para sensibilizar para a importância do peixe na alimentação.' São ainda objectivos do projecto prosseguir a intervenção no sentido de promover a igualdade entre mulheres e homens no sector piscatório, apoiar iniciativas e promover actividades específicas que proporcionem uma maior inclusão e participação das mulheres no sector, bem como observar a evolução da situação da mulher no sector e na comunidade.
Entrevista feita a Clarisse Canha
Jornalista: Olímpia Granada
Fonte: Jornal Açoriano Oriental 9 de Agosto de 2010
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
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