quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Mulheres da pesca reflectem sobre o seu percurso num workshop promovido pela UMAR-Açores


“Cultura Piscatória” e “As mulheres na pesca nos últimos anos” foram os temas de trabalho propostos para debate de ideias e reflexão de grupo no âmbito do workshop promovido pela UMAR- Açores no passado dia 25 de Setembro, na ilha Terceira, iniciativa integrada no Projecto “Caminhos em Terra e no Mar”.
Divididas em grupos de trabalho, as cerca de duas dezenas de mulheres presentes (que já haviam participado no III Congresso de Pescas nos dias anteriores), intervieram activamente e com entusiasmo nas actividades propostas para o workshop. Relativamente ao tema “Cultura Piscatória”, e após algum debate no seio dos grupos, chegou-se à conclusão que este é um conceito muito abrangente e que inclui entre outras “a comunidade, as pessoas, a religião, a actividade da pesca, as artes da pesca, a frota, a família, as vivências, a gastronomia e as tradições”. Um dos grupos chegou mesmo a avançar com uma definição: “ A cultura pesqueira tem como pilar a família... partilha a religião, as vivências, as tradições, sendo um modo de vida que requer muita coragem”.
O segundo tema “As mulheres na pesca nos últimos anos” permitiu uma reflexão e avaliação das participações das mulheres nos eventos e estruturas da pesca em geral, a nível regional, nacional e internacional, assim como as actividades desenvolvidas, incluindo formações, pelas organizações das mulheres na pesca nos Açores.
Em relação ao primeiro ponto, as participantes fizeram um balanço positivo das presenças nos eventos em que tomaram parte fora da região, uma vez que estes lhes tem permitido “enriquecer conhecimentos sobre direitos e deveres” e em simultâneo proporcionar “intercâmbios e troca de experiências” possibilitando comparações algumas vezes “pela positiva”.
No que concerne aos encontros de âmbito regional, consideraram estes muito importantes por permitirem apurar das realidades diferentes de cada uma das ilhas ao mesmo tempo que promovem o reforço da união entre elas “e a força e a vontade de irem cada vez mais longe”.
A importância das formações foi focada por diversas vezes durante o workshop, incluindo o efeito benéfico que as mesmas produzem em relação ao seu auto-conhecimento e auto-estima, considerando as mulheres que estas são mesmo fundamentais para que possam ter “mais coragem para intervir” em eventos como congressos, onde a presença masculina é maioritária.
Em jeito de balanço final as mulheres da pesca referiram ir para casa “mais enriquecidas e energéticas” após a participação no workshop que consideraram muito benéfico.

Laurinda Sousa

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