quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Artigo Publicado na página Voz dos Marítimos, pelo Jornal Açoriano Oriental Referente ao livro Estamos cá. Existimos. Mulheres na Pesca nos Açores



“Estamos cá. Existimos. As Mulheres na Pesca nos Açores”
Sempre existimos e Persistimos!

O lançamento do livro Estamos cá. Existimos. As Mulheres na Pesca nos Açores, foi mais uma “luta” alcançada pela UMAR – Açores que veio dar, mais uma vez, “voz” às mulheres na sua caminhada pela Igualdade e Valorização. Este livro tem como objectivo promover e intervir no âmbito das pescas, mais precisamente na luta pela visibilização das Mulheres que trabalham na Pesca, pela Igualdade de Género no sector. Assim, se pretende apoiar e criar uma Rede de Mulheres da pesca e apoiar iniciativas inclusivas de Mulheres.
A presença das mulheres na pesca sempre existiu, mas agora com este projecto se tornou mais visível. As mulheres na pesca sempre foram uma mais valia, mas agora este livro veio dar a conhecer e tornar reconhecido o contributo das mulheres neste sector. Apesar do número de mulheres neste sector ser inferior ao dos homens, estas exercem uma actividade profissional, ainda que remunerada de forma desigual e insuficiente.
Dado isto, as mulheres pretendem ser reconhecidas profissional, cultural e socialmente como sendo pescadoras e poderem participar nos processos de decisão relacionados com este sector. Com a experiência destas mulheres e dos homens do mar os Açores podem vir a beneficiar tanto economicamente como culturalmente, como foi referido pelo Secretário das Pescas, Marcelo Pamplona, no dia do lançamento do livro.
As mulheres têm vindo a contribuir activamente para o sucesso deste sector, não só e apenas na comercialização do pescado, como é do conhecimento do público em geral, mas também a limpeza da embarcação e viatura do pescado, a captura do pescado, no apetrechamento das embarcações, na embalagem do pescado, na preparação das artes de pesca, na preparação de isca e aparelhos para a pesca e na questão financeira. Aquando do lançamento do livro, a pescadora Zilda Silva deu o seu testemunho referindo que ela também sai para o mar de madrugada e quando regressa a terra mais trabalho relacionada com esta arte lhe espera. Desta forma, concluímos que as mulheres na pesca trabalham tanto ou até mais do que os homens, pois se da parte deles é necessária a força física, da parte da mulher é necessário o engenho para retirar os peixes da rede.
O dia 23 de Janeiro foi o dia da apresentação do livro, mas também um dia em que as protagonistas foram as Mulheres pescadoras que na presença de algumas figuras proeminentes do sector das pescas foram reconhecidas e incentivadas a prosseguir nas suas ambições e sonhos, o de serem reconhecidas como sendo pescadoras de profissão. Estas mesmas se orgulham desta profissão e esperam ver certificado o seu trabalho, uma vez que contribuem directamente para a produtividade do sector piscatório, para a melhoria das condições familiares e enriquecimento da comunidade piscatória
Concluímos, que este livro foi apenas mais “um passo em frente” na caminhada a que as mulheres ainda são obrigadas a fazer para verem reconhecidas um direito de todos os seres humanos, o de terem igualdade de oportunidades.
Este estudo e agora livro teve e tem uma única pretensão, o de chamar à atenção para o facto de que as mulheres existem neste sector e que a sua presença vai persistir e de que a cooperação é o caminho a seguir para a integração efectiva da mulher. Igualmente, este estudo alerta para o facto de que as mulheres têm todo direito em participarem nas tomadas de decisão, tanto políticas como económicas, uma vez que estas decisões ditam o destino de todos nós, homens e mulheres.


Catarina Moniz

Socióloga – Estagiária na UMAR-Açores

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